Pular para o conteúdo principal

Aquele tempo do Julinho...

http://www.youtube.com/watch?v=Ao7nhRUmYdE  A trilha sonora ideal para ler esse texto escrito com o coração

As pessoas vivem as suas vidas, criam suas histórias e, raramente, param para pensar sobre seu passado. Costumo dizer, em minhas aulas, que somos formados por nossas variadas conexões sociais. Nossos relacionamentos sociais dizem quem somos. Relações afetivas, de trabalho entre tantas, que poderia enumerar.
Pare e pense: quantos relacionamentos íntimos tu já tiveste? (Não esqueça que uma "simples" amizade pode ser exemplo de relacionamento íntimo. O que muda é nível de intimidade...Perceberam que a quantidade é enorme?
Quantas vezes, vocês, mesmo com familiares ao redor, ou ao alcance, não sentiram falta de outro tipo de pessoa para desabafar?  Mesmo com esposa ou esposo, namorada ou namorado à disposição, notaram que aquilo precisava de outro tipo de interlocutor? Que era necessário ouvir um outro tipo de opinião. Eu passei por isso, muitas vezes nestes 20 e poucos anos...
Pois é...
Pois meus amigos e amigas,passaram-se anos para que eu descobrisse o real e verdadeiro valor que havia naquela amizade iniciada naqueles corredores e salas do Julinho... Sempre mantive contato com a Gisele, nestes anos mas, mesmo com ela esse contato estava começando a espaçar-se pelos caminhos,que as vidas da gente,tomou.
Ano passado, eu estava lecionando em uma sétima série, quando comecei a pensar na gente. Sim, em todos  nós, a turma do Julinho...Até hoje não entendo que conexão fiz...entre a gente e aquela turma. Mas, enfim..
É muito comum ouvirmos das pessoas "Que falta faz uma amizade de verdade!". Pois é, de repente me dei conta que conheço vocês a MAIS DE 20 ANOS!!! Somos amigos de mais de 20 anos...
Quando a ficha caiu...fui buscar a lista de presença (sim, Gisele, agora eu sei que era a errada!) e comecei a pensar nesta reunião de reencontro.
Quem não lembra os acordos com o saudoso Mestre Egon que, ao terminar a "matéria" do bimestre, liberava o período para que fizessemos uma "festinha". E, lá ia o Marcelo buscar seu Micro System, suas fitas K-7, em casa; enquanto, outros (Emerson, Rogério, eu , Gisele...) iam buscar comes e bebes no Centro Comercial João Pessoa (hoje, Shopping João Pessoa) e o restante ficava arrumando a sala...Lembro do Mestre dizer: "Antes de saírem,deixem tudo no lugar".



A nossa turma era tão unida, que fazíamos dos finais de semana um prolongamento daquela semana de aulas...
Quantas vezes nos reencontramos na casa da Maria Helena? Quantas vezes saimos? Quem se esqueceu da primeira vez que fomos na casa do Emerson, em Canoas, para ver um filme em vídeo Betamax.. "A noite do mortos vivos"? Hoje um Cult Trash.A nossa turma era tão democrática que aceitamos um baita cara. Valeu, Arthur!

Em uma noite agradável, nos reunimos aqui em casa...e vieram a Gisele, o Marcelo e família e o Cleomar e sua família. Um dia ainda repetiremos este momento com o restante da turma. O problema será o barulho e a vizinhança... Mas, este tipo de problema, a gente contorna.



E agora, estamos retomando, aos poucos, o contato. Neste dia, fomos a um restaurante e lá percebemos que a alegria e a sensação agradável,de estarmos juntos, permanece.  São amizades, como as de vocês, que me fazem entender o significado da palavra "eterno".




E, passou-se todo este tempo...para percebermos que, aquela química, permanece. Estamos nos revendo e, com as nossas vidas seguindo em frente, estamos reavivando a chama desta amizade. Iremos realizar este evento de reunião da turma - ou daqueles que conseguirmos contatar - para nos revermos, conversamos, rirmos...
Um forte abraço a todos vocês...

http://www.youtube.com/watch?v=_Y__7C5kjuw Um Clássico



"Nenhum minuto se passou nesses quinze milhões e setecentos e sessenta e oito mil minutos que passamos separados. O tempo é rei e só passa quando quer." Luiz Carlos Sá (do trio Sá, Rodrix e Guarabyra)




Comentários

  1. Lindo texto! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Muito bacana mesmo este texto; de uma sensibilidade e carinho incríveis.

    ResponderExcluir
  3. Ana Lúcia Barbosa dos Santos15 de fevereiro de 2012 às 14:34

    Lindo Ulisses,que bom que faço parte deste grupo no qual me orgulho muito,pois foram anos ótimos e encontro de pessoas que eu tinha certeza que continuariam fazendo parte da minha vida anos e anos.Parabéns!

    ResponderExcluir
  4. Quantas Boas e Maravilhosas Recordações!!
    A Ana tem razão é um orgulho participar deste grupo!!!
    AMEI o texto. Você é demais.....

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Aguardo seu comentário/crítica/elogio.

Postagens mais visitadas deste blog

TURMAS 301-303 (José Feijó)

  Brasil República (parte 1) Agora que já vimos a II Guerra Mundial, iremos tratar sobre o Brasil República. Se você quiser, (re)ler o texto sobre a II Guerra Mundial, clique aqui . O período inicial da República (1984 até 1930), conhecido também como República Velha , é caracterizado pelo coronelismo, pelo voto a cabresto. Estes termos significavam que o controle político ocorria em áreas rurais, as eleições eram fraudadas, vigiadas e as pessoas mais humildes votavam em que o “coroné” queria. A partir da gestão de Afonso Pena começou a vigorar a Política do café-com-leite que significava um revezamento na presidência entre políticos de São Paulo e Minas Gerais. O Estado de São Paulo era o maior produtor de café e Minas Gerais produzia leite. Este acordo vigorou de 1889 até 1930. Este foi um período em que também ocorriam inúmero conflitos populares tanto rurais quanto urbanos. Conflitos Rurais Podemos citar os seguintes exemplos: Canudos (Bahia),Cangaço(Bahia), Contestado(Pa...

A violência nossa de cada dia.

A violência sempre foi cotidiana, podendo estar presente em qualquer lugar, em qualquer relação social. Desde a violência doméstica que, muitas vezes, silencia a vítima deixando-a impotente até a violência nas ruas das cidades. Temos inúmeros exemplos de agressão: da verbal, moral, psicológica chegando, claro, na física muitas vezes, sumária. A diferença é que, hoje em dia, qualquer reação ganha contornos ilimitados por termos uma ferramenta inédita: a Internet. Por isso, devemos ter muito cuidado com o que se fala e/ou escreve por não se poder medir seu alcance. Estamos sujeitos, qualquer um de nós, a situações que podem valer uma vida. Atos corriqueiros de outrora tornam-se verdadeiras aventuras cotidianas. Uma parcela significativa da sociedade estipulou-se um "toque de recolher" espontâneo: aqueles que podem recolhem-se às suas casas assim que a noite cai. Ninguém se permite vacilar. Acreditando que as agressões ocorrem apenas à noite. Ilusão. Deixo aos outros o discu...

Tempos de intolerância e infantilização

“O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade. As redes sociais dão direito à palavra a uma legião de imbecis, que antes falavam em uma mesa de bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade.”                     Umberto Eco Vivemos tempos bicudos. Tempos em que a intolerância, a irracionalidade pautam nosso dia-a-dia, muitas vezes dividindo, separando famílias, dando fim à amizades. Uma preocupação que eu tinha nos anos 80 parece querer voltar: o receio de vestir vermelho e ser ofendido ou agredido por isso e, ainda por cima, ver o agressor  considerar-se dono da razão, justificando a agressão pela cor da minha roupa. Até onde iremos? Será que a irracionalidade venceu? Soma-se a isso o fato de termos um processo de infantilização do discurso político. Senão, vejamos: quando estudamos as primeiras décadas da históri...