Naquela tarde do autógrafo, entrei no salão em que ocorria o Seminário e fiquei assistindo a palestra de Saramago. Brilhante,e ao mesmo tempo simples,como só ele sabia ser. Ao final de sua fala, houve uma pergunta a respeito de como ele fazia seus livros. Saramago começou dizendo que ele não escolhe as histórias, elas que o escolhem e elas apenas saem pelas pontas de seus dedos...e disse que depois de tudo escrito, fazia uma dedicatória e para concluir, sempre dirigia-se à biblioteca para pegar seu exemplar de um livro que considerava muito importante: "O Livro dos Conselhos". Assim, ele terminou sua resposta e foi, por óbvio, muito aplaudido pela platéia que o acompanhava. Quando ouvi aquela parte da resposta, pensei em seguida: "Que velho sacana!" E, depois de assistir ao documentário "É tudo verdade - José e Pilar", resolvi comentar como conheci José Saramago. No ano seguinte, José Saramago seria agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.
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