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Mostrando postagens de setembro, 2015

A Dialética da Chuva

A Dialética da Chuva Chove. Chove muito. Chove como se o mundo chorasse por algo ou alguém que fez ou fará falta. Chove como se não houvesse amanhã. Se, para mim, tanto faz que chova ou faça sol. Se, para mim, um dia de chuva tem o lúdico das gotas batendo na janela e, com isso, aumentando a sensação de conforto, ao mesmo tempo, pergunto: e os outros? E aqueles que não tem essa condição? E aqueles que sofrem com o abandono, tendo o céu como teto e a calçada como cama. Como estão agora? Onde estarão? Se, para mim, a chuva tem um pouco de lúdico, eu pergunto: e aqueles que sofrem com inundações, como estarão? É por eles que escrevo estas linhas, é com eles que está o meu pensamento agora. Se setores da agricultura comemoram a chuva, por outro lado; esta mesma chuva traz sofrimento, angústia e destruição. Sofrimento, angústia e destruição para famílias que  tendo pouco ou nada veem este pouco ou nada  ser consumido pela água que passa por tudo e todos sem ser parada por nad

A Barbárie venceu?

"Uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos." (SARAMAGO, José) Hoje, 03 de setembro de 2015, o mundo chocou-se (?) com algo que acontece diariamente, 24 horas por dia: o drama dos refugiados. Este drama que é esquecido por todos nós, hoje nos deu um tapa na cara através do menino sírio de 3 anos chamado Aylan Kurdi. O drama dos refugiados que fogem de guerras, que fogem da miséria, que foge das guerras e da miséria, que abdicam de seu país, de sua origem na busca por dias melhores nos permite redimensionar a nossa posição frente aos nossos problemas que, a partir de agora, tornam-se nada. Se é verdade que alguém disse que "uma foto vale mais que mil palavras", algumas fotos valem silêncio. Um longo e pesaroso silêncio. Sempre que vejo a foto daquele menino tenho a impressão que ele irá erguer-se daquela praia, que irá brincar com sua família mas, em seguida, esta impressão dá lugar ao sentimento de impotência, de fraqueza pois descubro que ele não