Sou um antigo. Sou de um tempo em que o dia da eleição era movimentado, com pessoas nas ruas, com a disputa democrática pelo voto do indeciso. Sim, sou a favor da boca-de-urna.Sempre fui.
Em termos de eleição, o meu envolvimento digamos, mais orgânico, começou com uma saída numa noite para escrever, num muro de tijolo à vista, o nome e número de um candidato. O que foi usado para este momento contraventor? Giz branco, daqueles que se usa em algumas salas de aula por este Brasil. Imagina, super rebelde. Este foi o meu batismo, lá pelos idos dos anos 80.
A partir dai comecei a participar mais ativamente nas eleições, especialmente nos dias de eleição. Sempre fiquei à disposição para ser fiscal de votação do Partido. Naquele dia, minha rotina era acordar muito cedo, ir para a sessão eleitoral, apresentar-me ao presidente de mesa, ver a abertura da urna, e a consequente "zerézima, verificar o local de votação para, só depois disso, ir para a rua, orientar o pessoal e disputar o voto dos indecisos.
Sempre considerei extremamente democrática esta disputa pois se, naquele dia em que as demais pessoas estavam "livres" nós, militantes colocávamos nosso dia para esta embate democrático pelo voto. A verdade precisa ser dita. No período em que fiz boca-de-urna, pude verificar que, na sua imensa maioria, aqueles que faziam este "trabalho" eram militantes de partidos de esquerda. Em momento algum me ofereceram algum tipo de ajuda por aquilo e, mesmo que oferecessem, eu negaria. O problema foi que os partidos tradicionais, ao perceberem que perdiam muitos votos naquele dia, começaram um movimento gradual de proibição da boca-de-urna até chegar na atual criminalização. Possivelmente estes partidos tradicionais - o lado mais à direita do espectro político-tinham muita dificuldade em recrutar pessoas, mesmo que oferecessem alguma ajuda. O máximo que os partidos de direita conseguiram foi usar o poder econômico e, favorecendo-se dos mais pobres, instituir a "militância de aluguel".É bem verdade que alguns políticos de esquerda, viram nisso uma vantagem e tiraram proveito.
Aquele movimento que, inicialmente era livre, foi posto a 100 metros da urna. Esta distância, os tais 100 metros, era sempre a esquina da quadra, mesmo que ali já tivesse muito mais do que 100 metros...Passaram-se alguns pleitos com esta determinação até a proibição definitiva. O que pude verificar foi mais absoluto silêncio dos partidos de esquerda, os grandes beneficiados por este trabalho das militâncias, em todo este processo de proibição. Sempre buscavam a adaptação em relação à proibição.
Ao pessoal que lê, devo tranquilizar: não faço mais boca-de-urna desde o pleito da proibição definitiva.
Ao contrário daquele tempo, em que o indeciso recebia em mãos, quando havia o aceite, o material do candidato sugerido, hoje o eleitor é obrigado a se abaixar e pegar o mesmo material do chão, assumindo assim, uma posição pouco digna. É isso que querem?
A criminalização da boca-de-urna provocou um movimento, que já se verificava naquele período, só que hoje com muito mais força: o emporcalhamento das ruas da cidade com verdadeiros tapetes formados por "santinhos". Sugiro que seja feita uma legislação que impugne candidaturas que, comprovadamente,sujem a cidade às vésperas do dia da eleição. Estes grupos agem na surdina, de madrugada. Se, como já disse, naquela época já existia isso, atualmente é muito mais forte e vergonhoso.
Com a proibição da disputa do voto dos indecisos, perdeu-se o charme do dia da eleição.
Em nome do bom debate, pensem nisso!
Em termos de eleição, o meu envolvimento digamos, mais orgânico, começou com uma saída numa noite para escrever, num muro de tijolo à vista, o nome e número de um candidato. O que foi usado para este momento contraventor? Giz branco, daqueles que se usa em algumas salas de aula por este Brasil. Imagina, super rebelde. Este foi o meu batismo, lá pelos idos dos anos 80.
A partir dai comecei a participar mais ativamente nas eleições, especialmente nos dias de eleição. Sempre fiquei à disposição para ser fiscal de votação do Partido. Naquele dia, minha rotina era acordar muito cedo, ir para a sessão eleitoral, apresentar-me ao presidente de mesa, ver a abertura da urna, e a consequente "zerézima, verificar o local de votação para, só depois disso, ir para a rua, orientar o pessoal e disputar o voto dos indecisos.
Sempre considerei extremamente democrática esta disputa pois se, naquele dia em que as demais pessoas estavam "livres" nós, militantes colocávamos nosso dia para esta embate democrático pelo voto. A verdade precisa ser dita. No período em que fiz boca-de-urna, pude verificar que, na sua imensa maioria, aqueles que faziam este "trabalho" eram militantes de partidos de esquerda. Em momento algum me ofereceram algum tipo de ajuda por aquilo e, mesmo que oferecessem, eu negaria. O problema foi que os partidos tradicionais, ao perceberem que perdiam muitos votos naquele dia, começaram um movimento gradual de proibição da boca-de-urna até chegar na atual criminalização. Possivelmente estes partidos tradicionais - o lado mais à direita do espectro político-tinham muita dificuldade em recrutar pessoas, mesmo que oferecessem alguma ajuda. O máximo que os partidos de direita conseguiram foi usar o poder econômico e, favorecendo-se dos mais pobres, instituir a "militância de aluguel".É bem verdade que alguns políticos de esquerda, viram nisso uma vantagem e tiraram proveito.
Aquele movimento que, inicialmente era livre, foi posto a 100 metros da urna. Esta distância, os tais 100 metros, era sempre a esquina da quadra, mesmo que ali já tivesse muito mais do que 100 metros...Passaram-se alguns pleitos com esta determinação até a proibição definitiva. O que pude verificar foi mais absoluto silêncio dos partidos de esquerda, os grandes beneficiados por este trabalho das militâncias, em todo este processo de proibição. Sempre buscavam a adaptação em relação à proibição.
Ao pessoal que lê, devo tranquilizar: não faço mais boca-de-urna desde o pleito da proibição definitiva.
Ao contrário daquele tempo, em que o indeciso recebia em mãos, quando havia o aceite, o material do candidato sugerido, hoje o eleitor é obrigado a se abaixar e pegar o mesmo material do chão, assumindo assim, uma posição pouco digna. É isso que querem?
A criminalização da boca-de-urna provocou um movimento, que já se verificava naquele período, só que hoje com muito mais força: o emporcalhamento das ruas da cidade com verdadeiros tapetes formados por "santinhos". Sugiro que seja feita uma legislação que impugne candidaturas que, comprovadamente,sujem a cidade às vésperas do dia da eleição. Estes grupos agem na surdina, de madrugada. Se, como já disse, naquela época já existia isso, atualmente é muito mais forte e vergonhoso.
Com a proibição da disputa do voto dos indecisos, perdeu-se o charme do dia da eleição.
Em nome do bom debate, pensem nisso!
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