“Não basta contribuir para a democracia(decerto a menos perversa, mas sempre, irreversivelmente, uma forma de dominação); é preciso ir adiante, é imperativo contribuir para a construção da liberdade, em face da qual a plena democracia é apenas um degrau restrito e de qualidade fundamentalmente inferior.” J. Chasin
No século XIX, Césare Lambroso desenvolveu um método determinista que indicava, através de medições do crânio, se a pessoa tinha tendências ao crime. Durante algum tempo, sua metodologia teve força de lei para as autoridades.
A Segunda Guerra Mundial teve, entre as nações em guerra, uma Alemanha nazista que, se era capitalista no sistema político-econômico e, portanto, anticomunista, defendia a supremacia de uma “raça” –a ariana- sobre as demais, justificando assim, crimes contra a Humanidade, travestidos de uma “pseudo ciência”. O extermínio em massa de judeus, negros, homossexuais, ciganos, e toda a sorte de mestiços, baseava-se em noções “científicas”, segundo as quais estas “raças” seriam inferiores e, portanto, passíveis de serem exterminadas. É importante deixar claro que as idéias eugênicas, apregoadas pelo líder nazista, só foram levadas em consideração pelas demais nações, quando saíram do campo do discurso e materializaram-se na prática, com a descoberta de campos de concentração e extermínio.
Com o fim deste confronto mundial, parecia que uma ideologia, que defendesse a supremacia de uma etnia sobre as demais, estaria definitivamente soterrada e posta nas páginas mais infelizes da História da Humanidade. Parecia,só parecia...
As citações, recentemente ocorridas em Porto Alegre, às teorias de exclusão étnica não podem ser vistas como coisas isoladas, ou mesmo sem sentido. É imperativo que fiquemos preocupados com este tipo de manifestação pois, como já disse Berthold Bretch “Esse monstro chegou quase a governar o mundo! Os povos se apagaram, mas não sejamos afoitos em cantar vitória: o ventre que o gerou ainda é fecundo!”
Porque em pleno século XXI, ainda temos este tipo de ideologia, sendo divulgada e propalada? Porque utiliza-se valores importantes como a liberdade de pensamento e expressão, a democracia em essência, para justamente defender a divulgação deste tipo de ideário? Lembrando-se que estas idéias apenas tornam-se fortes em Estados totalitários, portanto, não-democráticos. Aqueles, que defendem a Democracia para a exposição destas idéias, sabem que a primeira vítima para a imposição delas é a Democracia?
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