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Lembro como se fosse hoje, Parte II

Da mesma forma que assisti a final contra o São Paulo, em 2006, também estive presente na final de 2010, contra o Chivas. Fomos eu, meu pai e meu irmão. Desta vez, a noite está enluarada, sem nenhuma ameaça de chuva ou algo do gênero. Ficamos na superior, no lugar de sempre, ao lado do agora extinto "Boné", em direção ao Gigantinho. Lá encontramos os amigos de sempre, de todos os jogos, pelo menos os mais importantes. O jogo começa nervoso, lembrando que qualquer empate nos servia, uma vez que haviamos vencido o primeiro jogo das finais, como havia sido em 2006, poucos momentos de perigo de um lado ou de outro. Quando, no final do primeiro tempo, num vacilo da nossa defesa, gol deles. Chivas 1x0!
Fomos para o intervalo preocupados. E agora? Jogar-se pra cima e oferecer o contrataque? Ou arriscar um erro deles para buscar o empate.
O segundo tempo inicia mais nervoso, pela desvantagem no placar. Depois de muito pressionar, Kleber cruza da esquerda, Sóbis se adianta ao goleiro e de bico de chuteira faz o Beira-Rio explodir em êxtase: 1x1!
Apesar do resultado já garantir o título, o time seguiu atacando e, na metade do segundo tempo, Celso Roth retira o Sobis e coloca um rapaz que ainda não estreara no mais importante certame das Américas: Leandro Damião. E não é que poucos minutos depois de entrar, o garoto se consagra? Depois de uma roubada de bola de Guinazú, Damião dá uma arrancada do meio de campo, tendo atrás de si, meio time do Chivas e todo o México...entra na área e na saída do goleiro, fuzila:2x1!
Qualquer time, recuaria e esperaria passar o tempo até o apito final.
Mas não aquele time. Ainda faltava a consagração final daquele que,durante a campanha,converteu-se em um talismã, com seus gols, resolveu inúmeros jogos: O jogo das quartas de final, contra o Estudiantes, em La Plata, ele decidiu com um gol no final. A semi, contra o SP, ele marcou o gol da vitória aqui no Beira-Rio...Estou referindo-me ao Giuliano. Pois já no fim do jogo, Kleber inicia uma jogada na lateral da área do Inter, passa para o Sandro que lança Dalessandro e este toca além da intermediária mexicana, para Wilson Matias. Este, para, olha e vê a chegada de Giuliano,que acompanhara todo o lance pelo meio do campo, seguindo o trajeto da bola. Mais do que depressa, Matias toca a redonda para Giuliano que para, espera a chegada de dois defensores mexicanos, dá um "toquinho" na pelota, o que a faz subir o suficiente para tira-la do alcance dos adversários e dando um pulo, deixa-os pra trás e a recupera logo na frente. Depois da saída do goleiro, ele dá outro toque encobrindo um arqueiro desesperado e, em seguida, ao ver a bola cruzar a linha do gol, começa uma corrida moldada, qual um quadro, por uma torcida que comemorava a feitura daquela obra de arte e o consequente BI DA AMÉRICA.



Nem o segundo gol do Chivas tirou o ânimo daquela festa que estavs apenas começando.



Naquela noite nos sagramos BI CAMPEÕES DA AMÉRICA.

P.S.: Lembro que, por causa daquele jogo, fui motivo de matéria de um jornal:




Espero, em breve, escrever o "Lembro como se fosse hoje, Parte III

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