Pular para o conteúdo principal

Uma foto - um ícone e uma polêmica


Um beijo. O fim de uma Guerra Mundial. O Mundo em júbilo e um fotógrafo dá àquele momento a Eternidade que se espera. O que se tem depois é um ícone e a polêmica.

Durante os primeiros festejos pelo fim da II Guerra Mundial, um marinheiro vai ao encontro de uma enfermeira distraída na Times Square e aquele beijo vira História ao ser registrado pelo fotógrafo da Revista Life Alfted Eisensteadt.


A imagem torna-se icônica. clássica: a marca de uma época. O micro significando o macro. O casal significando o mundo. O que virá depois é a polêmica.

Se, aparentemente, tem-se uma imagem bela e suave, o que descobre-se na história por trás da foto é que nem tudo foram flores ou, sendo mais claro, nada ali foi tão suave quanto um beijo. O marinheiro George Mendonsa afirmou em muitas entrevistas que havia bebido um pouco além da conta e, ao ver a enfermeira Greta Zimmer Friedman, deixou sua companheira sozinha para dar-lhe aquele beijo. A enfermeira, por seu turno, salientou, sempre que perguntada, a surpresa do momento e que não queria ser beijada por um desconhecido.

O casal não se conhecia até aquele momento e não teve nenhum relacionamento depois dele. A enfermeira faleceu aos 92 anos, vítima de osteoporose e uma pneumonia fulminante, no último dia 07 de setembro. Mendonsa , aos 93 anos, é um pescador aposentado.

A análise desta foto é tão abrangente que vai da aparente suavidade do momento a agressividade real por trás do momento. A felicidade do fotógrafo em fazer o registro contrapõe-se ao acontecimento em si. A moldura dada pelas pessoas no entorno, dois marinheiros sorriem pela atitude do colega de farda enquanto uma senhora de branco ao fundo esboça um sorriso constrangido. Se havia dúvidas quanto ao inusitado da cena, esta moldura surge para dissipar.

Como se vê, nem sempre as coisas são aquilo que parecem.



Ulisses B. dos Santos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As Torcidas de Futebol e a Cultura do Ódio!

Sou de um tempo antigo. Sou de um tempo em que camisas de times de futebol eram desejo de consumo de qualquer jovem, porém só eram vistas nos campos dos estádios de futebol. Estas camisetas não eram vendidas e lembro que a primeira camiseta que tive foi feita pela minha mãe: ela comprou o emblema e costurou em uma camiseta toda vermelha. Faz uns 10 ou 15 anos que começou-se a popularizar estas camisetas e, o que era pra dar um colorido diferente e bonito na cidade, transformou-se, em alguns casos, em combustível para a violência. Hoje, lamentavelmente, vemos cenas de violência cada vez mais diária e feitas por pessoas cada vez mais jovens. Temos situações que vão desde o uso de expressões "pano de chão", até expressões chulas para se referir a alguma coisa do adversário. Eu vou a jogos de futebol desde que tinha 10 anos e sempre tive uma relação tranquila com o futebol. Fazia e faço o que qualquer torcedor faz: torço, seco, vibro, choro...mas claro tudo dentro da possível c

A que pontos chegamos?

Tentem-se imaginar sendo achincalhado, humilhado diariamente nos mais diversos meios de comunicação - rádios, tvs, jornais, bem como redes sociais. Como diria Paulo Henrique Amorim, um verdadeiro "Massacre!". Como se tudo isso não bastasse, ver a intimidade de sua casa ser invadida e detalhes de sua vida serem expostos, pela mesma mídia, pelos mesmos meios de comunicação... Goebbels não faria melhor. Nunca sua frase "Uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade." foi tão atual. Imagine-se sofrendo uma tortura psicológica diária, carregar um fardo, um peso - aquilo que antes era orgulho pessoal, orgulho de vida, história de vida - a tortura diária transformou em fardo. Possivelmente, ter receio de sair na rua, de ir ao shopping pelo simples medo de ser ofendida como inúmeros foram, em restaurantes, hospitais e outros lugares. Este tipo de gente que deu-se ao trabalho de ofende-la às portas do hospital, sem sequer respeitar a situação delicada que p

Texto de Apoio 06 (turma 203)

 A Conquista da América (continuação) Olá! Vamos continuar vendo o processo de dominação e conquista do chamado “Novo Mundo” que viria a se chamar América, iniciado no texto de apoio anterior. Se quiser (re)ler, clique aqui . Podemos considerar que, para efeito de estudo, foram três os casos de conquista européia no Novo Mundo: a chamada América Ibérica (Portugal e Espanha) e a América Inglesa. Sempre importante lembrar que estas Coroas européias são Absolutistas e Mercantilistas. Se você não lembra dos principais conceitos, clique aqui . América Espanhola O processo de conquista e dominação da parte espanhola do Novo Mundo divide-se em dois períodos: Período das Conquistas e Período da Colonização. a) Período das Conquistas : do descobrimento até 1530 (séc.XVI). O acontecimento mais relevante dessa fase foi a destruição dos grandes impérios ameríndios. também chamados de pré-colombianos(Maia, Inca e Asteca). Além da dominação sobre outros povos como os toltemas, olmecas e etc… b) Per