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2017 - mas pode chamar de 2016, parte II

Em todo final de ano é sempre o mesmo roteiro: lágrimas, desejos de felicidade para todos os lados e a esperança - afinal, além de ter sido o último bar a fechar é sempre a última a morrer - de dias felizes para todas a nossa volta.

Ainda nem fechamos uma semana deste novo ano e as tragédias sociais estão fazendo algumas pessoas terem saudade do ano recém terminado.

Assistimos a dois massacres ocorridos em presídios brasileiros. O primeiro, ocorrido´em Manaus com sessenta vítimas só tem como parâmetro aquele acontecido no Carandiru em São Paulo, em 1992.  No dia 06 de janeiro é a vez do estado de Roraima entrar para estatística macabra das chacinas: 33 mortos naquilo que as autoridades, ditas responsáveis, chamam de "acerto de contas entre grupos rivais".
Uma das diferenças entre estas duas tragédias é que a de Manaus aconteceu no Presídio privado, o que contraria completamente a tese que alguns defendem de que presídios privados seriam a excelência com si só. È claro que os defensores desta tese utilizam-se de uma retórica recheada de exemplos pretensamente bem sucedidos: "Na Islândia tem um presídio que não tem preso. Cada cela tem uma tv HD e blá,blá,blá....", "Na Suíça, os presos saem para dormir em casa e blá,blá,blá..."

Toda tese encontra exemplos que a justifica.

A verdade é que já passou, e muito da hora, de se tomar alguma medida. Sinceramente, não acredito que estes governos - estaduais ou mesmo o federal - que pautam seu discurso pela austeridade, a partir de uma crise crônica, irão resolver este problema ou mesmo dar início a uma possível solução.

Daí quando as pessoas, que abusam do discurso que "assim que der vou embora do Brasil", começam a justificar seus argumentos com nossas tragédias cotidianas nacionais, o que acontece? O mesmo nos ditos países do primeiro mundo - estes a que elas acalentam como destino: mortes em aeroportos, atentados... é pessoal, só existe um mundo e é esse em que vivemos.

Outra atitude que choca é a resposta que determinadas pessoas dão quando vêem/ouvem estas tragédias: saem dizem/postando várias versões do "antes eles do que eu", do "que morram. Morreram poucos!".  São momentos constrangedores, da tal "Vergonha alheia".

E daí pra chegar a homofobia ou algo semelhante é um pulinho.

Em outro lado temos setores da imprensa que justificam a violência cotidiana nas músicas que as pessoas estão ouvindo. Para gente, tá ficando feio.

Sou um otimista incorrigível. Tenho esperança que consigamos superar esta crise social em que estamos afundando. É bem verdade, como já disse, que a maioria dos atuais governos municipais e estaduais e o federal não parecem ter o perfil desejado para tomar pulso e partir para uma solução social para esta crise.

Mas, sigo na esperança.

Sigamos na luta!

p.s.: isso que nem falei das redes sociais e do amontoado de asneira que se lé nestes tempos. Isso talvez seja tema de outro artigo.

Ulisses B. dos Santos.

@Prof_colorado




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